Nadando em vastas emoções... A pessoa neurótica se torna um peso para si própria.
Uma máquina infértil, um ser infantilizado. Fadado ao discurso do “Eu fui traído. Eu fui preterido. Eu fui iludido". Eu, Eu, Eu... Tudo EU!
Ou seja, fica identificado como vítima. Fraco.
Ah como seria bom se essas pessoas conseguissem apenas se desfazer das suas emoções ressentidas, da mesma forma que a gente troca de roupa.
Aqueles que não realizam o luto se tornam depressivos. E a depressão é uma espécie de mortificação do corpo que está vivo.
A depressão não é falaciosa nem teatral. Ela é literalmente aquilo que a pessoa diz.
O depressivo não é mentiroso, acredita nele porque ele está falando a verdade com muito sofrimento.
E é preciso levar em conta que não se consegue sair de um sofrimento sem trabalho. Sem trabalho psíquico.
Um trabalho de idas e vindas. Um trabalho de experimentação daquilo que aparentemente persegue, ou daquilo que dá medo.
Isso implica uma olhada para si. Um avesso. Um revés de si próprio. Uma entrada em níveis proibidos, desconhecidos do desejo. Um processo de travessia da própria angústia. Inesgotável, infindável, tal qual é o Inconsciente.
A chance de experimentação permite o descongelamento das formas na matriz Inconsciente.
Movimentar-se está em oposição ao fixar-se (neurótico).
Carlos Mario Alvarez
Se na depressão o corpo está mortificado, como vc diz acima, como pedir ao deprimido mais trabalho mais trabalho psíquico para que ele enfrente e saia da depressão? Explica pra gente Carlos. 😉