É fundamental compreender que as formas psicopatológicas estão em constante transformação, pois as formações do inconsciente não são fixas; pelo contrário, o inconsciente é puro movimento.
A cultura e seus acordos se modificam. Por exemplo, como mudaram os relacionamentos familiares e amorosos? Quais são as novas expectativas entre os cônjuges, o tempo de namoro e as formas de conhecer novas pessoas? A concepção de subjetividade e a compreensão das diferenças passaram por mudanças significativas nas últimas décadas. Hoje, a possibilidade de identificação sexual é muito mais flexível do que era anteriormente. Assim, a prática clínica e a teoria psicanalítica não podem permanecer indiferentes a essas novas configurações.
Essas transformações também impactam o desejo, que é metonímico, deixa rastros e está em constante mutação. Como, então, podemos entender o narcisismo em suas formas psicopatológicas? O narcisismo desempenha um papel crucial que merece reflexão. O que caracterizam os relacionamentos tóxicos, a dependência afetiva e o excesso de dependência? Por que as novas gerações parecem estar cada vez mais inseguras e enfrentando dificuldades de comunicação e expressão? O espectro autista, por exemplo, tornou-se muito mais amplo. Quais as implicações disso no setting analítico?
Além disso, é essencial discutir a função do analista: como ele trabalha e como maneja a transferência para lidar com essas inovações e novas formas psicopatológicas?
No passado, um analista só poderia exercer a profissão após passar por uma análise didática na Internacional de Psicanálise, que exigia sessões cinco vezes por semana a preços exorbitantes. Esse modelo tornou a psicanálise, por muitos anos, extremamente elitista. No entanto, 120 anos depois, a psicanálise se tornou mais acessível, expandindo-se para as mídias digitais, como Instagram, YouTube e a Comunidade Psicanálise Descolada.
Equipe Psicanálise Descolada
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